19/06/2009

O valor da minha graduação em jornalismo

Terminei minha graduação em jornalismo em dezembro do ano passado. Se for lembrar dos momentos que tive na faculdade rende até um livro com boas histórias que vou levar sempre na memória. A universidade realmente é o local onde passei os melhores momentos da minha vida até agora. Junto com ela, tive o prazer de aprimorar meus conhecimentos realizando estágio na Assessoria de Imprensa de São Sebastião. Após minha formação tive minha colação de grau em janeiro deste ano e, logo após, consegui fazer dois freelancers para uma revista e hoje integro a Assessoria de Comunicação de Caraguá.
Formei-me cedo, tenho 21 anos, e meu MTB já está praticamente para sair. Tamanha alegria em atuar na minha área logo após formado, fazendo o que gosto e o que aprendi em quatro anos de estágio e na universidade, foi abalada na última quarta-feira quando o STF deu um duro golpe no meu estômago.
Não é mais obrigatório o diploma de jornalismo. E agora? Que valor terá o diploma que a faculdade vai emitir pra mim entre agosto e setembro deste ano? Que valor os juízes (exceto um) atribuíram às cinco horas diárias de viagens que eu tive de São Sebastião para Mogi das Cruzes, além do estágio que eu fazia na prefeitura? Que valor foi dado para as poucas horas de descanso que me sobraram?
Mesmo com tantos problemas enfrentados pela sociedade brasileira, que deseja se encontrar em uma profissão ou obter o título de graduação, alcancei um degrau que muitos ainda não pisaram ou talvez nem pisem.
Também tive outros momentos que levarei para sempre em minha mente: as discussões salutares em sala de aula, as conversas com os professores, a criação de jornais, revistas, sites e até um livro-reportagem.
A partir de todos esses treinos acadêmicos, meu objetivo sempre foi escrever muito bem e procurar, como Truman Capote dizia buscar, a verdadeira arte. Não sou artista e sim jornalista. Refletindo a verdade para propor interpretações e sugerir alternativas para a sociedade.
Mas não. Eu estava errado! Após a decisão do STF decidi qual é a minha missão. É cozinhar. Em vez de um livro de memórias em tom de jornalismo literário ou mesmo minha sonhada pós-graduação em jornalismo cultural vou me especializar em massas, bolos, tortas e afins. E ao contrário do que o Sr. Ministro pensa, pra eu saber cozinhar tudo isso também preciso de cursos. Existem cursos de gastronomia. Mas o STF sabe (na prática) como fazer uma pizza.

Um comentário:

Thiago disse...

Tá vendo cara!!! Se você escreve tão bem e tem bagagem pra isso, não se preocupe com essa história de diploma. Caso você seja substituído por "profissionais" menos qualificados e mais baratos (o que eu acho que é o maior temor do jornalista diplomado), siga em frente, pois tenho certeza que vai arrumar coisa melhor. E não duvide, sempre você acha.
Como disse acima, você tem bagagem e experiência. Não se prenda a uma empresa e, principalmente, não tema nada. Muito menos alguém que não tem diploma! :D