02/10/2008

Reforma, restauro ou “jeitinho brasileiro”?

A língua portuguesa é, sempre foi e será por muito tempo a mais difícil do mundo, em se tratando de gramática e ortografia, por exemplo. Estou prestes a terminar a minha faculdade de jornalismo após ter cursado dentro das minhas disciplinas três semestres de língua portuguesa e quatro de redação. Ou seja, concluo que em oito semestres a “disciplina mãe” foi o português.
Mas depois da última segunda-feira (29/9), acredito já estar desatualizado. Tudo bem que a língua portuguesa sempre foi mudada, porque é uma mistura de radicais gregos e latinos com uma boa contribuição de Portugal, mas dentro do contexto político e sócio-econômico que nos encontramos hoje em dia, o que vai ajudar uma “reforma ortográfica”?
Não sou daqueles que falam que “em vez de uma quadra de esportes por que não construiu um hospital?”. De forma nenhuma. A questão é que gostaria de entender o motivo desta mudança que vai vigorar a partir de 2009. As prefeituras já vão começar a se movimentar para promover cursos de atualização para todos os professores da rede, assim como Estados e rede particular também devem fazer o mesmo.
Suprimir tremas, acentos agudos e circunflexos parece, ao meu ver, mais uma forma de melhorar a vida dos que nunca tiveram facilidade com a língua. Muitos acadêmicos da ABL (Academia Brasileira de Letras) até são a favor. Mas esta nova forma de “bolsa família” da nossa língua não me agrada nem um pouco.
Vou estar me atrevendo neste momento a estar finalizando este texto com muitos gerúndios.
Resumo da ópera: terei que atualizar meu português.

Urnas que falam
Em vez da reforma, acordo ou seja lá o que for, ortográfico, temos uma missão no próximo domingo. Nos encontraremos nas urnas (eletrônicas) para eleger prefeitos e vereadores dos municípios. Já dizia Machado de Assis [em mais uma homenagem nesta semana que comemoramos seu centenário] na coluna “A Semana”:

“(...) o xadrez, um jôgo delicioso, por Deus! Imagem da anarquia, onde a rainha come o peão, o peão come o bispo, o bispo come o cavalo, o cavalo come a rainha, e todos comem a todos. Graciosa anarquia, tudo isso sem rodas que andem, nem urnas que falem!”

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