12/08/2008

A imprensa, a política e a Igreja Universal

Os livros de história nos relatam até hoje o poder da Igreja na época da Inquisição e até mesmo quando os padres rezavam a missa de costas para os fiéis em latim. Os tempos mudaram e com isso vieram a Reforma e a Contra-Reforma da Igreja, criando o chamado “protestantismo”, liderado por Martinho Lutero, em uma época que não havia a televisão, por exemplo. Nos 200 anos de imprensa brasileira, lembrados em 2008, muito temos o que comemorar, mas também o que “protestar”. Os meios de comunicação já foram chamados até de “quarto poder”, após executivo, legislativo e judiciário. Hoje em dia, o quinto poder voltou a ser a Igreja, mas a protestante, liderada pelos pastores da “Renascer” e da “Universal do Reino de Deus”, que monopoliza e mantém concessões de TV’s em todo o país, graças ao dízimo dos fiéis.
Os programas de TV’s evangélicos da madrugada recebem milhares de ligações do Brasil inteiro e pessoas que precisam de ajuda nos mesmos motes: dinheiro, amores, separações, filhos e violência doméstica. Tudo se tornou banal e basta colocar o copo de água para que o líquido seja abençoado pelo bispo, em troca uma porcentagem do salário mínimo brasileiro.
Parece-me que os canais de TV não cumprem o código de ética de difusão, que tanto fala em investir em programas educativos, jornalismo de qualidade e entretenimento para a família. O entretenimento virou sinônimo de banalização de casos “sem solução”, sexo, violência e corrupção.
A política também está presente nas esferas municipal, estadual e principalmente federal, com escândalos, desvios de verbas para saúde e educação, aumento de tarifas além das inúmeras Comissões Parlamentares de Inquéritos (CPI’s).
Os comunicólogos da atualidade e os políticos também discutem mudanças na Lei de Imprensa, que segundo o governador de São Paulo, José Serra, é “um produto genuíno da época da ditadura”, se referindo a legislação, aprovada no século passado.
Com ou sem a Lei, em 200 anos de imprensa somos perseguidos por vários segmentos da sociedade por meio de comunicados, processos judiciais, prisões e torturas. Os estudantes devem mudar a visão do jornalismo e a forma como perseguem as pessoas que o desenvolvem.

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